domingo, junho 03, 2007

Constância do transitório


Beije a minha seda
E case com a sua audácia,
Leve consigo o meu ardor
E esqueça aqui as ruas molhadas

Dance nos bares em que morei
E deixe-me laçar os meus dedos,
Costure os seus risos
E destrua as minhas verdades

Seja o que eu sempre fui
E brinque de nunca estar,
Goze das minhas tragédias
E deixe estar as suas mentiras

Vaze como o vinho das uvas
E ame as meninas de puras luxúrias,
Tome posse dos palácios de penas
E ofegue sobre os vidros daquela outra janela

Rosne os seus anseios
E toque os pianos de pretas caudas,
Finja ser o que eu sempre quis
E abandone as coisas como estão.



Incontestavelmente eu**